quinta-feira, junho 06, 2013

Rosa Branca


     Ao ver seu paciente deixar o consultório levando consigo uma rosa branca, lembra-se de uma história que o comove, que ainda o comove. Uma história que acompanhou de perto, e que lhe derruba até a última lágrima, que faz seu coração acelerar, e sua alma aquecer como se beijada por um anjo.

Recomendação: Livre
Gêneros: Drama, Tragédia, Romance

Notas:

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- História completamente de minha autoria;
- Imagem encontrada através de pesquisa, editada por mim;
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     Sentado diante à minha mesa posicionada no centro de uma sala branca, o último paciente acabara de sair, o qual carregava consigo uma rosa branca misturado à um rosa claríssimo. E isso me fez lembrar de uma história... Uma história que me marcou muito. Retirei então uma caneta do recipiente à minha esquerda e uma folha de papel, já impressa no verso, para rabiscar essa história.

     Contarei à vocês a história de um casal. Uma união absoluta, linda, soberana... O amor dos dois era contagiante, a alegria de um não completava, mas unia-se à do outro. Até o mais enrijecido coração não negava a beleza de tal união. E como em qualquer caso de amor, haviam os invejosos, os pobres coitados que nem da sua vida sabiam cuidar. Porém não importasse a força da inveja, o amor de ambos era infinitamente superior. Nada parecia abalar aquilo. Nada iria abalar aquilo.

     Cerca de sete anos de amor, vivendo um ao lado do outro, a garota adoeceu. Não parecia nada grave, até atingir a terceira semana naquele estado. Estava de cama, olhos fundos, a pele clara emanava a fraqueza de seu corpo e alma, sua feição delicada e fragilizada, sua respiração desistindo de continuar. Sempre acompanhada de seu amado que não ousava sair, por um instante sequer, do seu lado. Ao lado da sua cama havia uma mesinha de cabeceira, e sobre ela um jarro de vidro com água, e dentro dele, uma rosa branca como a que vi hoje.

     Numa noite, às pressas, o quarto foi esvaziado. A garota estava tendo complicações e precisava de atendimento urgente. Foi internada, porém nenhum médico conseguia desvendar o que a consumia. A cada dia mais fraca, sofrendo. Infinitas tentativas, e nada. O rapaz que a acompanhava beirava o desespero, olhos cheios de lágrima, andava de um lado à outro, do lado de fora do quarto cuja a entrada era proibida.

     Alguns meses se passaram, e o rapaz havia sido solicitado no hospital, e como já era de se esperar, a garota falecera. No instante do aviso, parecia não haver mais chão, não haver mais nada no mundo que o confortasse. Sua vida havia falecido. O desespero que já pairava em sua mente foi absoluto. Perdido, era a única palavra que poderia descrevê-lo naquele momento.

     O enterro fora numa tarde de Outono, as folhas laranjas recebiam um beijo gelado de uma brisa, e desciam surfando até pousar. Árvores dominavam um gramado verdejante, tomado pelo laranja dominante das folhas que forravam o chão. O ar ali era mais puro que em qualquer outro lugar, a paz que o lugar passava era fora do comum. Porém não era possível se reparar em tal beleza e tranquilidade transmitida por um local numa situação como aquela. Só foi possível perceber dali a alguns dias.

     Naquele dia, após conseguir encontrar a calma, levou à ela uma flor. Aquela que havia sido esquecida no quarto, ela permanecia viva, nova, linda. E fora posta repousada sobre a lápide de granito cinza-escuro.

     Suas visitas se tornaram frequentes, diárias. Todos os dias, no fim do dia, ao por do sol, após um dia de trabalho, passava para fazer companhia à sua amada, que lá jazia e descansava em paz. Ficava durante horas acompanhando-a, conversando, contando seu dia, estando com ela. Amando-a, sem deixá-la cair no esquecimento, tornando realidade o que tanto prometera: "Sempre te amarei".

     A flor mantinha-se firme, não havia mostrado nenhum sinal de envelhecimento, mesmo sem receber os nutrientes da água ou da terra, ela sobrevivia com os nutrientes frutos do amor. O amor dele por ela. Porém, após um longo tempo de rotina, houve uma falha dele, e acabou por esquecer de visitá-la. Neste dia a flor havia enegrecido, as pétalas caído e sua vida fora embora. Neste mesmo dia o rapaz não mais acordaria. Fora encontrado morto em seu apartamento. Diziam sentir um delicado perfume de flor, e que o rapaz era forte de mais para morrer como morreu. Causas naturais.

     Fora então enterrado e esquecido por muitos, porém não por mim. Acho que, se estivessem no meu lugar também não esqueceriam. Era meu filho. E visitei-o em sua lápide... - é difícil conter a emoção ao lembrar dessa história, a qual também vivi, porém como um coadjuvante - E lá, eu pude ver, ao lado de sua lápide, uma rosa branca, mesclada com um rosa fraco, havia nascido lá. E até então se mantido firme, receio que nunca morrerá, assim como o amor deles.

31/05/13

2 comentários:

Anônimo disse...

Lindo, lindo e lindo... quero mais, nesse mesmo nível

Anônimo disse...

Renan, finalmente, li a sua história! Parabéns, gostei bastante do enredo. Algumas falhas no português, mas faz parte do processo. Eu também escrevia. Bom, espero que continue assim. Aprimorando seu talento você terá sucesso!

Sarah

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