sexta-feira, outubro 04, 2013

Histórias Refeitas - Sonho


O relato de um sonho, cuja o qual coisas estranhas ocorrem. Mas, será mesmo que foi só um sonho?

Recomendação: Livre
Gêneros: Fantasia, Aventura, Comédia, Mistério

Notas:

- Essa é a nova categoria do blog, a qual procuro reescrever todas as minhas histórias até hoje, e repostá-las, retratando um pouco da evolução que tive na escrita esses últimos anos.
- Você pode acessar a história original clicando aqui.
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     Acordei extremamente cansado, com um gosto estranho na boca, aquela sensação de não ter descansado completamente, de quando a gente dorme a tarde toda. Com todo o entusiasmo possível me levantei e segui pelo corredor gélido e vazio até alcançar a porta do banheiro, me arrastei até a pia, senti aquele choquezinho de frio ao tocar a torneira, torci-a até poder escutar o som da água corrente saindo dela, e lavei meu rosto com aquela água fresca, sentindo como se saísse de um freezer, congelando momentaneamente minha face. Alcancei a toalha à minha esquerda, sequei meu rosto de imediato, e devolvi ao seu lugar de origem sentindo minha vitalidade ser restaurada.

     Fui me equilibrando até a sala, deixei meu peso morto cair sobre o sofá, alcancei preguiçosamente o controle da televisão e em algumas frustradas tentativas pressionando o mesmo botão, tentei ligar a mesma, sem sucesso. Retirei as antigas pilhas do controle remoto, substitui por outras não tão novas, porém com carga suficiente para que o controle funcione, pressionei seguidas vezes o botão, sem nenhuma resposta do aparelho. Arrastei minha mão pela parede até ter seu movimento interrompido ao encontrar o interruptor. Clique, clique. A luz também não ascendia.

     – Maldita seja essa falta de energia! – Cuspi.

     O tédio era soberano, reinava durante o decorrer do meu dia, a necessidade de atividade consumia minha mente, porém nada parecia querer ser a atração da minha tarde, não conseguia ter idéia alguma, como se os pensamentos fugissem de mim, até que minha mente resolve se divertir me fazendo imaginar situações estranhas – e impossíveis – e seus efeitos, como por exemplo, e se houvessem dois sóis?.

     Depois de algumas idéias esquisitas e completamente sem nexo, eis que me veio à mente: E se você encolhesse instantaneamente? Imagina! Você lá, tranqüilo, deliciando-se com o seu banho, aquela água quentinha beijando seu corpo, massageando o couro cabeludo com xampu, quando, simplesmente, você está do tamanho de uma tampa de caneta, tudo aquilo que era prazeroso se transforma em algo com risco mortal, aquelas gotas enormes despencando infinitamente em sua direção, o calor se assemelha a um vulcão, o estrondo do espirrar do chuveiro te ensurdece, a sua força não é suficiente para abrir o box, o desespero de morrer afogado pelas gotas gigantes te consome, a espuma do xampu aparenta tentar te engolir, e para que fique mais interessante, o frasco do xampu cai como de propósito para te acertar, e com medo de ser brutalmente esmagado por um inofensivo frasco, você se lança à saída mais próxima: o ralo.

     Literalmente entra pelo cano, deslizando em crostas de sabe-se lá o quê, e durante a queda, a única coisa que vem a sua mente é "Escapei do xampu assassino!", depois de mais alguns segundos de aventura dentro do cano, você começa a perceber as irregularidades, até que chega ao seu destino final: o esgoto.

     Percebo uma voz suave de fundo, anunciando algo, um som pouco artificial, porém familiar. Abro os olhos me despertando de uma profunda soneca, um aroma nada agradável de merda pairando no ambiente, a televisão pulsando informações e sons aleatórios.

     – A energia voltou. – é a frase genial que me flui automaticamente. – Que sonho estranho, me parecia tão real...

     Um som de cascata ecoa pela casa, quase inaudível, abafado pela televisão ligada, sigo o caminho que o som me proporciona e chego ao banheiro, com toda a cautela do mundo abro o box – sei lá, vai que tem alguém –, e me deparo com o chuveiro ligado à todo vapor,  espuma para todo lado, e o frasco do xampu que uso estava aberto e jazia no chão.

05/06/13

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